No trabalho
Sinto-me definhar. Embrutecer. A mingar em vez de crescer. E eu quero ser. Quero crescer. Ser mais. Dar mais. Aprender mais. Fazer mais. Florescer. Daqui já nada tiro . O tempo estagnou e eu estou a murchar...
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Sinto-me definhar. Embrutecer. A mingar em vez de crescer. E eu quero ser. Quero crescer. Ser mais. Dar mais. Aprender mais. Fazer mais. Florescer. Daqui já nada tiro . O tempo estagnou e eu estou a murchar...
Quando estás bem, sentes-te ótima, a moinha está lá mas consegues fazer tudo e queres fazer tudo duma vez. Não deves, pois no dia seguinte não te irás mexer.. mas queres aproveitar enquanto tens forças, enquanto consegues.
Quando estás numa crise, essas forças vão-se. Essa energia desaparece. Acordas já de rastos. Não tens forças para mexer o corpo. Ordenas que ele se mexa mas não te obedece. Sentes como se esse corpo não te pertencesse. Não reaje às tuas ordens.
Por vezes é um formigueiro que te adormece os membros; outras uma dormência e uma sensação de que não podes tocar ou simplesmente encostar-te em lado nenhum... gostarias de poder levitar, talvez assim não sentisses nada!
Sentes um cansaço extremo permanente que não podes explicar. Os teus olhos pedem para se fechar e o teu corpo pede para te deixares estar. Sentes-te constantemente irritada, baralhada, com a cabeça em água! Esqueces-te de tudo. Sentes um peso em cima como se carregasses um tanque às costas. Um simples toque torna-se insuportável, um pequeno ruído, a vibração do carro, um bater de dedos... penetra-te pelo sistema nervoso como um choque eléctrico. O frio congela-te e queima-te ao mesmo tempo, e não sabes explicar como! Sentes uma dor constante que te faz desejar arrancar partes do corpo para a fazer desaparecer!
Quando a dor não passa e as "drogas" que tomas parecem não fazer qualquer efeito queres chorar, gritar! Quando a dor te prende os movimentos tens medo que um dia te deixes de conseguir mexer, de conseguir conduzir, de conseguir segurar os teus filhos no colo...
Todos os dias sentes algo diferente. Todos os dias esperas que seja um dia bom, sem dores, sem cansaço; queres poder sentir-te bem! Todos os dias acordas a pensar como será esse dia!
"Um dia estava na sala de aula, pus uma música clássica e comecei a dançar como se fosse uma bailarina de ballet. Os meus movimentos não chegavam nem de longe aos de uma bailarina profissional mas naquele momento, na minha cabeça, eu era uma. Tinha a completa atenção dos meus alunos. No fim do "espetáculo", todos se levantaram e aplaudiram calorosamente. Senti-me a bailarina mais admirada de sempre.
É a magia da inocência.
Nunca deixem de elogiar as crianças pelos seus feitos, pois na sua inocência aquilo que fizeram foi o melhor que poderia ter sido feito."
Não é da minha autoria o texto, mas não podia deixar de o dar a conhecer pois por vezes é no seio da família que encontramos as nossas maiores inspirações, as nossas maiores influências, onde muitas das vezes vamos buscar alguma sabedoria e as maiores criações.
Não somos filhos de escritores, ou de autores reconhecidos. Mas somos filhos de professores que nos ensinaram o fantástico poder da leitura. O poder de entrar no mundo fantástico de um livro, de tirarmos de lá as melhores experiências, os melhores ensinamentos, a verdadeira inspiração que nos faz também saber transformar os melhores pensamentos em maravilhosas criações. De poder construir nós mesmos poderosos textos, capazes de nos tocar, por mais simples que possam parecer... Como este.
Se me perguntarem qual é o meu maior sonho sem dúvida que vou responder: escrever. Desde sempre, amo escrever, sobre tudo. Um dia pensei, porque não dar a conhecer o que escrevo? Talvez interesse a alguém aquilo que escrevo, talvez a mais alguém faça sentido. E então criei este blog.
Mas para ter um blog há que estar mais presente, escrever assiduamente, (o que faço até com alguma frequência, uns rabiscos, aqui e ali, no entanto nem sempre os publico...), mas a rotina, o trabalho, os miúdos... vou adiando para amanhã, e depois... e acabo por não "estar" tão presente como gostaria. Mas hoje, quando abri o blog, e vi nas reacções que um dos meus posts tinha sido destacado, fiquei de boca aberta! Não queria acreditar! Afinal, o que escrevo até faz sentido, muito sentido, para alguém que disto (do saber escrever) deve perceber bem mais do que eu com certeza!
Percebi aí que sim, podemos e devemos seguir os nossos sonhos, as nossas paixões! Elas são sempre válidas e um dia haverá algum retorno. Para mim foi o reconhecimento. Talvez se não tivesse ficado tanto tempo sem "aparecer" tivesse podido agradecer na mesma altura. Mas agradeço agora: Obrigada!
Deixo aqui um pequeno texto escrito uns minutos antes de fazer login, com o intuito de o publicar. Agora vejo, faz todo o sentido.
É preciso força para seguir os sonhos. Força de vontade e coragem. Persistência. Luta. Insistência. Correr atrás. Praticar. Passar à acção. Começar já. Não custa nada, dizem. Basta começar. Então começa já. Hoje! Agora! Mãos à obra. Podes ser e fazer o que quiseres. Vai atrás. Corre. Podes cair. Depois levantas-te. E continuas. Se voltares a cair, voltas a levantar-te. E voltas a correr. E continuas. Sempre.
Estaremos nós, por fim, no tal mundo quebrado? Onde os nossos filhos vão crescer e aprender a não confiar em ninguém?! Lembro-me de ser pequena e brincarmos com as crianças vizinhas, de toda a gente no prédio se conhecer e andarmos sempre de casa em casa, trocávamos brinquedos, comíamos nas casas uns dos outros, por vezes até haviam as dormidas intercaladas! Os nossos pais sabiam sempre onde nos encontrar. Bastava um telefonema para casa de alguém, ou até mesmo um grito à janela quando estava bom tempo e andávamos na rua até tarde ou nas escadas do mesmo prédio! Que saudades desses tempos!
Hoje os vizinhos mal se falam, ou limitam-se ao cumprimento apenas por boa educação, alguns nem se conhecem... Já não há as amizades feitas logo de criança, que por vezes chegava até à idade dos casamentos, e em que os próprios filhos criavam novas gerações de amizade. Tudo isso parece num mundo tão distante, numa realidade quase imperceptivel, esquecida!
Não, não foi a pandemia que trouxe esta realidade, já existia antes. A pandemia só a veio agravar. Agora todos desconfiamos uns dos outros, temos medo. Medo de algo que nem sequer conseguimos ver! E até quando vamos continuar assim, não sabemos... Mas ainda que isto passe, será que algum dia voltaremos a criar esses laços? Hoje as pessoas estão diferentes. Viradas para si mesmas. Passamos grande parte do nosso tempo a trabalhar, mal temos tempos para os nosso filhos...
Irá isso algum dia mudar?