Irão com certeza notar que coloquei no título, entre parênteses, um ponto de interrogação. Isto porque cada vez mais sinto que Amigos (com o "A" bem GRANDE), há (muito) poucos... Novamente o "muito" entre parênteses...
Em toda a minha vida, ainda que curta, sempre fui Amiga dos meus amigos, sempre fiz de tudo o que pude para ajudar e mostrar que me preocupava com eles, tratando-os como se da minha família fossem. Sempre dei o melhor de mim. Confiei e esperei que confiassem em mim. Dei sem esperar receber. Recebi sem achar que seriam obrigados a tal. Desabafei e ouvi todos os desabafos guardando para mim o que me era confidenciado e esperando sempre a mesma lealdade.
Os meus pais ensinaram-me que devemos tratar os outros como gostaríamos que nos tratassem a nós, com carinho e solidariedade. E desde sempre assim tentei ser.
Hoje penso quantos desses muitos amigos que tive foram, ou são, na realidade Verdadeiros Amigos?
Poucos são aqueles que, mesmo não nos vendo ou mesmo falando muito pouco durante tempos, sei que não se esqueceram de mim e que terei sempre um lugar guardado nos seus corações como eles no meu. Poucos são os que hoje, ao olhar para trás, posso chamar Verdadeiros Amigos. Aqueles que sempre que, mesmo que só de tempos em tempos, enviar uma mensagem, irão lembrar-se de mim e sentir-se felizes pela lembrança. Sem falsidades, sem pensar que "esta agora lembrou-se de mim!", sabendo que a vida muitas vezes faz perdemo-nos na rotina do dia a dia e não conseguir ter tempo para estar sempre a par desses amigos tanto como gostaríamos. Mas sabemos que esses Realmente Verdadeiros Amigos vão sempre receber a nossa mensagem com um sorriso carinhoso!
Hoje sei que a quantidade não significa necessariamente qualidade e que os poucos mas Bons e Verdadeiros Amigos que tenho estarão sempre lá para quando deles precisar!
Naquele dia, decidiu finalmente aprender o maravilhoso segredo da Alquimia. Sempre se sentiu atraída pela magia e pelo desconhecido. Tudo o que sabia vinha do que tinha lido nos livros. Queria aprender, saber e quem sabe um dia ela própria ensinar os seus alunos. Tornar-se Mestre! Tinha-lhe sido informado que o velho Alquimista vivia no cimo da montanha Verde, para lá do bosque Encantado. Já percorrera mais de 500 kms a pé. Estava exausta e com fome e nem sombra da dita cabana. Sabia que vislumbraria de longe o fumo a sair da chaminé, tal como a Professora lhe havia referido durante a longa conversa durante o encontro combinado ao fim dos longos 6 meses de espera. Teve de fazer um "pequeno" curso (como a Professora gostava de lhe chamar) antes de ser considerada apta a entrar no núcleo.
Chegara finalmente o momento por que tanto desejara e agora que estava quase lá a sua única vontade era de dar meia volta, voltar ao seu quarto na velha estalagem e tomar um banho!
Sentia-se esgotada e enganada! Percorrera um longo caminho para ali chegar e agora que aqui estava parecia que o seu objectivo estava cada vez mais longe de ser alcançado! Queria desistir! Mas não o iria fazer. Já há muito tempo que sonhava com isto não iria agora perder esta oportunidade!
Continuou, assim, a subir pelo caminho de pedra até que se sentiu de repente vigiada. Parou por um breve minuto e olhou para trás. Não viu ninguém, nem as folhas das árvores pareciam mexer-se. Ao voltar-se de novo, um homem alto com uma longa barba branca olhava para ela com um sorriso nos lábios.
- Pensava-a já perdida, menina!- disse este continuando a sorrir e voltando-se de seguida na direção oposta.
Ela ficou por momentos imóvel sem saber se estava ainda a respirar, o coração parecia ir salta-lhe do peito. Como sabia ele que ela chegaria? Pelo que a Professora lhe tinha contado, o velho Alquimista não tinha qualquer contacto com a civilização, à parte os peregrinos que de tempos a tempos percorriam longos quilómetros para verem com os seus próprios olhos se era verdade a lenda que lhes era contada desde crianças.
Quando voltou a si já o Alquimista ía a uns bons passos de distância em direcção a um pequeno portão quase imperceptível entre dois grandes carvalhos. Percorreu um pequeno jardim muito florido e entrou numa pequena casinha de madeira.
A primeira coisa que lhe veio à cabeça ao entrar na pequena casa, ao contrário do que sempre imaginara que aconteceria quando finalmente chegasse a este momento, não foi, afinal, onde estaria o fogão onde faria todos as suas experiências químicas, mas sim que não lhe parecia ali haver espaço nem para duas pessoas se sentarem, quanto mais para aprender alguma coisa de Alquimia!
No entanto, ao entrar na cozinha seguindo o velho, percebeu, olhando pelo canto do olho, que não era naquele fogão onde iria começar esta fase da sua nova vida!
"A família é a bússola que nos guia. A inspiração para voarmos alto e o conforto quando ocasionalmente falharmos." Brad Henry
Este sábado dia 15 de Maio comemorou-se o Dia da Família, segundo o meu filho. Parece-me que hoje em dia temos um dia para tudo. Dia da Familia, da Mãe, do Pai, da Criança, dos avós, das madrinhas, das afilhadas, da natureza, do planeta... E já que existe os dias dos pais e dos avós, não deveria haver também o dia dos tios, dos primos, dos sobrinhos...? Ou já existe e eu não sei?! Mas não devemos comemorar todos os dias todas essas coisas boas que temos? Não devemos todos os dias agradecer por tudo isso? Não devemos sempre dar graças a tudo de bom que existe à nossa volta e não só nesses dias em específico? E contra mim falo. Sei que deveria agradecer mais a família que tenho, o marido que tenho, os filhos que tenho... mas muitas vezes estamos tão esgotados e embrenhados ou em problemas, ou no trabalho, ou no nosso cansaço, que nos esquecemos de olhar para lá de tudo isso! Por vezes precisamos de um empurrão para ganharmos forças e percebermos que devemos enfrentar toda a exaustão, toda a dor que possamos ter e aproveitar o momento!
Talvez seja por isso que existem todas essas datas comemorativas, para nos fazer despertar para a vida que deveríamos estar a viver!
Tem sido notícia em todos os jornais, no entanto não consigo passar da primeira frase, chego a ficar mal disposta fisicamente... No dia em que o meu marido me contou não quis ouvir o resto, nunca consigo ouvir até ao fim, sinto uma angústia no peito, um aperto no coração... São tragédias que nos deixam tristes, revoltados...
No entanto, é fácil logo à primeira vista criticar e julgar. Mas o stress, o cansaço, as poucas horas de sono, levam-nos a andar por vezes em piloto automático, o que muitas vezes nos faz saltar passos sem sequer nos apercebermos de que não seguimos a rotina natural do dia. Acredito que esta mãe estivesse num tal grau de exaustão que quando regressou a casa para mais um dia normal de trabalho, acreditasse piamente que tinha deixado os seus três filhos na escola. E que assim tivesse passado o dia até à hora em que deveria ir buscá-los, sem nunca imaginar que momentos mais tarde todo o seu mundo iria desfazer-se num piscar de olhos...
Acredito também que esta mãe, mais do qualquer outro ser humano, irá ela própria criar a sua penitência para o resto da sua vida. Irá martirizar-se e culpar-se mais do que qualquer outro. Irá viver para sempre com esse peso na consciência e essa mágoa no coração! Irá viver o resto dos seus dias perguntando porquê! Não imagino o que possa passar pela cabeça desta mãe, mas percebo o que o stress, o cansaço, talvez até alguma depressão ou esgotamento, possa fazer ao nosso raciocínio. Deixam-nos sobrecarregados, desconcentrados, sem forças, autómatos! A maternidade, o trabalho, as nossas vidas, são por vezes mais complexos do que possa por vezes parecer a quem vê de fora.
Não devemos, por isso, apontar logo à partida o dedo quando poderíamos ter sido qualquer um de nós, seres humanos que somos, a cometer o mesmo! A esta mãe e a outros pais, avós, familiares, que terão sofrido uma dor semelhante à qual não sei nomear, muita força!❤
Sinto-me triste, sem ânimo... sem vontade para nada. O corpo sinto-o dorido, maçado logo ao acordar. Parece arder, parece, dormente. Qual a sensação de um choque eléctrico? Não consigo explicar o que sinto. Só estando na minha pele. Podemos trocar? Só um pouquinho? Podemos passar por egoístas e parecer que só nos preocupamos com o nosso umbigo. Para muita gente assim é.. Mas nos momentos de crise o corpo simplesmente pede para estar quieto. Fica sem forças, entorpecido. Para muitos não passa de preguiça. Mas não é! Preciso ganhar forças para estar com quem amo. Sei que sim, mas não consigo... Fecho os olhos e sinto o peso do cansaço! A cabeça parece adormecida, zonza e à roda. Está confusa, desorientada, desconcentrada. As letras fogem da vista, o raciocínio foge do cérebro.
O corpo está em constante contração, para não sentir o frio queimar... Faz doer ainda mais. Dói tudo. Quero gritar. Quero chorar e dormir, para não sentir. Quero descobrir uma fórmula para tudo desaparecer. Poderia viver numa bolha de água quente, talvez ajudasse! Perdoem-me este desabafo, era-me preciso.