"Se sentirmos que a nossa saúde está em perigo, então mais vale parar, respirar e voltar a tentar"
Assim o fez, muito corajosamente, Simone Biles ...
Assim fui também eu obrigada a parar, antes de quebrar. Obrigada a admitir que não estava bem. Antes que a minha saúde fosse ainda mais prejudicada. Ainda que os que estão à minha volta fossem ainda mais afetados.
Por vezes precisamos fazer uma pausa e admitir que não estamos bem. Tentar perceber o que se passa e começar a tratá-lo antes que seja demasiado tarde. Tentar perceber o que passa dentro de nós antes que nos mude para sempre.
Tentar perceber o que se passa na nossa mente nem sempre é fácil. Ou melhor, nunca é. Tentar perceber que demónios são estes que permanecem escondidos dentro de nós é uma tarefa difícil, quase impossível, mas necessária. Para nosso bem!
Ultimamente não tenho tido cabeça, inspiração, tempo para escrever, nem para pensar. Em seja o que for!
Tenho andado um pouco letargica, como que adormecida. Alheada do mundo à volta!
Por vezes é só do que precisamos, fugir, escapar de tudo o que nos rodeia, para nos apaziguarmos com as nossas sombras, para nos abrirmos ao nosso interior, ao nosso Eu. Para limparmos a alma. Para encontramos o nosso equilíbrio. Para aceitarmos as nossas falhas. Para nos conhecermos.
Estava super ansioso. Nunca tinha gostado destas coisas, achavas-as parvas e sem sentido. Já ninguém se conhecia como antigamente. Mas a sua mãe achava que estava na altura de conhecer alguém e por iniciativa própria registou-o numa dessas aplicações de encontros online e lá foi obrigado a aceder. Afinal, tinha 35 anos e ainda vivia na cave da mãe... Não que não tivesse já tentado algumas relações mas a sua "condição", como lhe chamavam todas as mulheres com quem havia saído, parecia ser uma má condicionante para nunca dar certo. Umas diziam que se sentiam "gigantes" ao seu lado, ao passo que as da mesma "familia" que a sua, por assim dizer, diziam que queriam um homem "grande" ao seu lado. Sentia-se sempre menosprezado ainda antes de se dar a conhecer! Porém, desta vez a mãe fez questão de frizar bastante bem o seu nanismo para que não houvesse quaisquer surpresas por parte de qualquer eleita. Estava agora então sentado na esplanada do café como combinado com duas limonadas à frente e a pensar se não deveria ter pedido uma cerveja para si, não fosse ela pensava que era um "menino". Mas já não foi a tempo. Quanto ia fazer sinal ao empregado, veio em direcção a ele um mulherão alto, loiro, com um vestido de verão e sandálias rasas e um corpo muito, muito, muito... musculado?! Ficou de boca aberta e um pouco atrapalhado. Pensou que deveria estar enganada na mesa mas ela deu-lhe um "Olá" com uma grande sorriso e apresentou-se bastante divertida ao vê-lo tão embaraçado. Era uma mulher linda realmente, mas nunca havia visto uma mulher daquelas com tantos músculos, alguns que ele desconhecia existirem no corpo humano. Deram-se logo bem. Falaram toda a tarde como se já se conhecessem há anos. Tanto um como o outro iam com receio deste encontro. Sempre foram rejeitados pelos seus iguais. Mas como se diz: os opostos atraem-se!