É tão fácil julgar uma mãe!
Tem sido notícia em todos os jornais, no entanto não consigo passar da primeira frase, chego a ficar mal disposta fisicamente...
No dia em que o meu marido me contou não quis ouvir o resto, nunca consigo ouvir até ao fim, sinto uma angústia no peito, um aperto no coração...
São tragédias que nos deixam tristes, revoltados...
No entanto, é fácil logo à primeira vista criticar e julgar. Mas o stress, o cansaço, as poucas horas de sono, levam-nos a andar por vezes em piloto automático, o que muitas vezes nos faz saltar passos sem sequer nos apercebermos de que não seguimos a rotina natural do dia.
Acredito que esta mãe estivesse num tal grau de exaustão que quando regressou a casa para mais um dia normal de trabalho, acreditasse piamente que tinha deixado os seus três filhos na escola. E que assim tivesse passado o dia até à hora em que deveria ir buscá-los, sem nunca imaginar que momentos mais tarde todo o seu mundo iria desfazer-se num piscar de olhos...
Acredito também que esta mãe, mais do qualquer outro ser humano, irá ela própria criar a sua penitência para o resto da sua vida. Irá martirizar-se e culpar-se mais do que qualquer outro. Irá viver para sempre com esse peso na consciência e essa mágoa no coração! Irá viver o resto dos seus dias perguntando porquê!
Não imagino o que possa passar pela cabeça desta mãe, mas percebo o que o stress, o cansaço, talvez até alguma depressão ou esgotamento, possa fazer ao nosso raciocínio. Deixam-nos sobrecarregados, desconcentrados, sem forças, autómatos! A maternidade, o trabalho, as nossas vidas, são por vezes mais complexos do que possa por vezes parecer a quem vê de fora.
Não devemos, por isso, apontar logo à partida o dedo quando poderíamos ter sido qualquer um de nós, seres humanos que somos, a cometer o mesmo!
A esta mãe e a outros pais, avós, familiares, que terão sofrido uma dor semelhante à qual não sei nomear, muita força!❤